DIRETORIA  2020

PATRÃO:  VALTER ANTÔNIO DONADEL

CAPATAZ : CARMEM BONIFATI

AGREGADO DAS GUAIACAS:  LUIZ CARLOS DIHL DA SILVEIRA

CULTURA GAÚCHA

As danças Birivas e o Tradicionalismo
Bombacha Larga

As Danças Biriva começaram ser pesquisadas a partir de estudos iniciados na década de 50. Porém, a primeira apresentação artística dessas danças folclóricas, no Rio Grande do Sul, só ocorreu em dezembro de 1998, na cidade de Antônio Prado. Paixão Côrtes, como coordenador do Grupo de Danças do CTG Pampa do Rio Grande, de Caxias do Sul, realizou, no ano de 2000, o primeiro espetáculo de Danças Biriva.

E em maio de 2001, essa apresentação foi a principal atração nas comemorações do 120. aniversário da cidade de Lagoa Vermelha. Nesse mesmo ano, no mês de novembro, o Congresso da CBTG-Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha aprovou as danças dos tropeiros, classificando-as na modalidade Danças Biriva. A partir de então, a temática das danças tropeiristas passou a ser reconhecida, nacionalmente, no meio tradicionalista gaúcho.

As danças do Fandango, Sapateado, Chico do Porrete, Chula e Danças dos Facões, são hoje preservadas, graças ao perseverante trabalho de pesquisa do folclorista Paixão Côrtes. Chico do Porrete, por exemplo, por ser dança dos tropeiros, só é dançada por peões. Com movimentos de passar bastão por entre as pernas, por uma mão e outra, e sapateios, a dança demonstra e representa a habilidade e o vigor físico dos dançarinos. Como as demais danças do ciclo antigo do Tropeirismo, Chico do Porrete foi dançada pelos Birivas – entre estes os habitantes da região serrana do Rio Grande do Sul. Os tropeiros de mulas, que interligavam o Rio Grande às áreas rurais do centro do país, as dançavam nos seus acampamentos e nos momentos de diversão e festa. Esta modalidade de Danças Biriva foi pesquisada em São Francisco de Paula-RS, na Encosta da Serra do Mar e nos demais rincões por onde as comitivas de tropas de mula passaram, a partir do ano de 1961. No livro “Tropeirismo Biriva”, publicado por ocasião das comemorações dos 150 anos de Vacaria, Paixão Côrtes relata toda a influência exercida pelos tropeiros de São Paulo na formação cultural da Região Serrana do Rio Grande do Sul. Assim, diante da influência exercida pelos tropeiros na Região da Serra Gaúcha, seja nas danças como nos usos e costumes, as Danças Biriva devem ser reconhecidas e valorizadas no âmbito do Tradicionalismo, por constituírem-se parte integrante da Cultura do Povo Gaúcho!

CHAMA CRIOULA

 

A “Chama Crioula” representa para o gaúcho e o tradicionalista a história, a tradição e a alma da sociedade gaúcha, construída ao longo de pouco mais de três séculos. Acesa pela primeira vez há 70 anos, no dia 7 de setembro de 1947, por João Carlos D’Avila Paixão Cortes, o fogo simbólico foi originado da “Chama da Pátria”, como sinal da união indissolúvel do Rio Grande do Sul à “Pátria Mãe” e do desejo de que a mesma aquecesse o coração de todos os gaúchos e brasileiros, até o dia 20 de setembro, data magna estadual. Dentro deste espírito é que surge a criação da Ronda Crioula, que foi do dia 7, com a extinção da pira da pátria, até o dia 20 de setembro, as datas mais significativas para os gaúchos.

A chama Crioula – Momento Sociopolítico

O Brasil, no final dos anos 40, do século XX, estava saindo da ditadura da chamada “Era Getúlio Vargas”, que havia calado a imprensa, que prejudicava o desenvolvimento e prática das culturas regionais. Com isso, perdeu-se o sentimento de culto à regionalidade. As raízes regionais estavam em processo de esquecimento, adormecidas, reflexo da proibição de demonstrações de valores de cada um dos estados. Bandeiras e hinos dos estados foram, simbolicamente, queimados em cerimônia no Rio de Janeiro e, diante de tudo isso, os gaúchos estavam acomodados àquela situação, apáticos e sem iniciativa.

Liderados pelo jovem João Carlos D’Avila Paixão Cortes, jovens estudantes do Colégio Júlio de Castilhos, criam um departamento de tradições gaúchas, que tinha a finalidade de preservar as tradições e o campeirismo do estado, mas também desenvolver e proporcionar uma revitalização da cultura rio-grandense, interligando-se e valorizando-a no contexto da cultura brasileira.

Dentro deste espírito é que surge a criação da Ronda Crioula, que foi do dia 7, com a extinção da pira da pátria, até o dia 20 de setembro, as datas mais significativas para os gaúchos.

Paixão solicitou a Liga de Defesa Nacional para fazer a retirada de uma centelha do “Fogo Simbólico da Pátria” para transformá-la em “Chama Crioula”, como símbolo da união indissolúvel do Rio Grande à Pátria Mãe, e do desejo de que a mesma aquecesse o coração de todos os gaúchos e brasileiros, até o dia 20 de setembro, data magna estadual. Nessa oportunidade, Paixão recebeu o convite para montar uma guarda de honra ao general farrapo, David Canabarro, que seria transladado de Santana do Livramento para Porto Alegre. Então, Paixão reuniu um piquete de oito gaúchos bem pilchados e, no dia 5 de setembro de 1947, prestaram a homenagem a Canabarro.

O Grupo dos Oito

O piquete que transladou os restos mortais de Davi Canabarro ficou conhecido como o “Grupo dos Oito”, ou “Piquete da Tradição”. Era formado por Antonio João de Sá Siqueira, Fernando Machado Vieira, João Machado Vieira, Cilso Araújo Campos, Ciro Dias da Costa, Orlando Jorge Degrazzia, Cyro Dutra Ferreira e João Carlos Paixão Cortes, seu líder.

A Chama Crioula – acesa pela primeira vez no dia 07/09/1947

A “Chama Crioula” representa, para o gaúcho e o tradicionalista, a história, a tradição, a alma da sociedade gaúcha, construída ao longo de pouco mais de três séculos. Em torno dela construímos um ambiente de reverência ao passado, de culto aos feitos e fatos que nos orgulham, de reflexão sobre a sociedade que somos e a que queremos ser. Como um símbolo que une nosso estado, ela estará presente em todos os galpões, todos os acampamentos, todas as manifestações de amor à tradição, ardendo no candeeiro, sempre carregada de a cavalo por homens e mulheres que sabem o que fazem e o que querem.

O acendimento oficial da chama do estado

Nas comemorações do sesquicentenário da Revolução Farroupilha, um olhar diferenciado surge sobre a epopeia, novos escritos, acontecimentos e um novo reconhecimento. No inicio, os festejos duravam em torno de 13 dias (de 7 à 20/09), depois, por lei, ficou em 7. Atualmente, em Porto Alegre, o Parque da Harmonia recebe seus acampados desde o final do mês de agosto, mas é a partir do dia 7 de setembro, com o ato histórico de Paixão Cortes e o piquete da tradição, que abrem oficialmente as comemorações na capital. As atividades oficiais, pela lei, e no interior do estado, continuam acontecendo à partir do dia 14.

Muitos lugares já têm em seu imaginário que as comemorações estão acontecendo desde o momento em que é acesa a chama oficial do estrado em um sítio histórico pelo Rio Grande do Sul. Esse evento acontece sempre no final de semana mais próximo do dia 24 de agosto, data que marca o suicídio do presidente Getulio Vargas. Em 1999 o acendimento da Chama Crioula foi realizado em Pelotas, em uma homenagem ao centenário da União Gaúcha Simões Lopes Neto. Em 2000 o acendimento ocorreu em Alegrete, na “Capela Queimada”. Os dois eventos foram prestigiados pela direção do MTG, mas tiveram muita pouca participação das coordenadorias regionais. Foram eventos locais, sem grandes repercussões na mídia.

O acendimento da chama crioula se transformou em um grande evento à partir de 2001, em Guaíba, em frente a casa de Gomes Jardim, com participação das 30 RTs. Neste ano de 2014, a cidade escolhida, no congresso tradicionalista, para receber o Rio Grande e gerar a chama, foi Cruz Alta – “Terra de Erico Veríssimo”.

A busca, o translado e a guarda da Chama

Um velho ditado diz: “A união faz a força”. A busca da chama nos sítios históricos, espalhados pelo Rio Grande do Sul, demanda, na maioria das vezes, de custos operacionais. Em algumas cidades existe uma rubrica, dos festejos farroupilhas, para a busca da chama. Então, alguns grupos se fecham dentro daquela rubrica e não abrem para outros grupos irem junto buscar o símbolo. Aí começam as discordâncias na cidade.

Em outras localidades, mais organizadas, os municípios fecham com a coordenadoria regional, unem os grupos de cavalgadas, tem uma equipe para prestação de contas, e todos viajam juntos. Cabe lembrar ainda que alguns grupos simplesmente saem à cavalo pelo estado, sem roteiro pré organizado, sem pousos determinados e sem avisar a policia rodoviária sobre sua presença em determinadas rodovias.

A sugestão é que os grupos de cavalgadas se unam dentro da região, façam um grande ordenamento de despesas, organizem o trajeto antecipadamente, avisem as autoridades competentes, e façam uma grande busca da chama. Lembrando que é sempre importante o espírito de equipe, o bom senso e a camaradagem entre os cavaleiros e participantes.

O translado – As bandeiras vão à frente. A chama logo depois delas. Quem leva a chama, ao chegar, alcança o archote para alguém previamente definido que vai fazer o acendimento do candeeiro. Esse ato é, normalmente, feito logo após o hino nacional (quando for executado) e antes dos pronunciamentos (quando houver pronunciamentos). Normalmente são três falas. É comum dar-se a palavra ao comandante da cavalgada.

A Ronda da Chama – A ronda não é estática, ela é móvel. A ronda também pode ser entendida como o ato de trocar a chama de lugar a cada dia. A ela pode-se incluir uma serie de atividades no entorno da chama.

A Guarda da Chama – A guarda da chama é feita por uma ou duas pessoas que ficam paradas (no estilo militar), normalmente de lança em punho. O ideal é que a guarda seja feita durante as 24 horas, no entanto, se não houver movimento, pode ficar o candeeiro sozinho, com o galpão fechado. Enquanto houver atividades ou se a chama estiver em local aberto, a guarda é permanente. A troca de guarda deve sempre ser feita com um breve cerimonial: A entrega da lança e, a troca de lugar, deve ser feita de forma solene.

A Chama Crioula e seus acendimentos

2001 – Guaíba, na fazenda de Gomes Jardim 2002 – Santa Maria, no centro do estado 2003 – Camaquã, na Chácara das Aguas Belas, de Barbosa Lessa 2004 – Erechim, no Recanto dos Tauras 2005 – Viamão, cidade fundamental na história do RS 2006 – São Gabriel, na Sanga da Bica, onde tombou Sepé Tiarayú 2007 – São Nicolau, 1ª redução e um dos 7 povos das missões 2008 – São Leopoldo, Terra de Colonização Alemã 2009 – São Lourenço, no casarão de Ana, irmã de Bento Gonçalves 2010 – Itaqui, o acendimento volta para a fronteira 2011 – Taquara, cinquentenário da Carta de Princípios 2012 – Venancio Aires – Capital Nacional do Chimarrão 2013 – General Câmara – Distrito Açoriano de Santo Amaro do Sul 2014 – Cruz Alta – Terra de Erico Veríssimo 2015 – Colônia del Sacramento – Chuí, “Colônia do Santíssimo Sacramento” 2016 – Triunfo – Terra do General Bento Gonçalves da Silva 2017 – Mostardas – Pedra de Anita, onde nasceu Menotti Garibaldi, filho de Anita e Giuseppe Garibaldi, comandante da marinha Farroupilha durante a Guerra dos Farrapos.

2018 - Iraí - Rota Águas e Pedras, composta por municípios que apresentam diversos atrativos, como balneários, lama com propriedades curativas, Igreja com arquitetura diferenciada, pedras preciosas, água mineral e termal.

A Revolução Farroupilha e sua comemoração
(breve resumo)

 

A REVOLUÇÃO FARROUPILHA OU GUERRA DOS FARRAPOS

A Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, foi uma sangrenta guerra civil ocorrida na província do Rio Grande do Sul, entre 1835 e 1845, opondo de um lado o governo imperial brasileiro e do outro a recém-proclamada República RioGrandense. A revolução foi, certamente, a maior das revoltas ocorridas durante o Período Regencial, no qual uma regência governava em nome de D. Pedro II, ainda menor de idade. Os principais motivos do estopim da rebelião foram, em linhas gerais, o ideário republicano presente na região, pela proximidade com as repúblicas platinas, uma tradição autonomista das elites locais combinado com o centralismo excessivo que marcou a política do inicio do período imperial e a vontade de parte das elites regionais de se unirem ao recém-independente Estado do Uruguai, assim como o sentimento de que o Brasil não protegia os interesses do Rio Grande além da fronteira, onde diversas escaramuças ocorreram e relatos de roubo de gado eram comuns. O principal motivo de curto prazo, entretanto, foi a taxação excessiva do charque (espécie de carne-seca muito utilizada na alimentação de escravos no período) rio-grandense em comparação com o charque dos demais estados platinos pelo governo imperial, o que gerava uma enorme desvantagem para o produto do Rio Grande em comparação com o produto estrangeiro, mas, por outro lado, oferecia uma vantagem comercial para os consumidores do nordeste e do sudeste, que podiam adquirir o charque estrangeiro por um preço muito mais barato, o que gerou um sentimento de alienação por parte das elites gaúchas, que se rebelaram. Em 1835 o coronel Bento Gonçalves invade Porto Alegre com seus homens e depõe o presidente da província, cargo indicado pelo governo central. Depois de diversas negociações frustradas, em 1836 os rebeldes decidem, finalmente, pela secessão, declarando o Rio Grande do Sul um Estado independente e uma república, com Bento Gonçalves no cargo de presidente. Com uma duração de 10 anos o conflito foi um dos mais sangrentos que o Brasil já enfrentou, contabilizando mais de 40.000 mortos e foi, certamente, a mais duradora guerra civil ocorrida na história do país, com diversos heróis para ambos os lados, como Bento Gonçalves para os "farrapos" e Luís Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias, do lado imperial, diversas batalhas importantes, feitos militares incríveis e com a ilustre participação do general, aventureiro e condottiero italiano Giuseppe Garibaldi, do lado dos farrapos, decisivo na tomada da cidade de Laguna e na independência da província de Santa Catarina. Em 1845, no entanto, a República Rio-Grandense se via exaurida de recursos humanos e naturais e, vendo a política imperial tomar um curso muito mais federalista após a implementação do Ato Adicional, em 1834, e a ascensão de D. Pedro II ao trono, de fato, em 1840, as lideranças da Farroupilha optaram pela paz com o Império, tendo várias de suas revindicações iniciais atendidas, seus principais líderes anistiados e, finalmente, retornando à órbita imperial.

A origem da Semana Farroupilha

Tudo começou quando em 1947, o jovem estudante do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes foi a um bar tomar um cafezinho e avistou uma bandeira do Rio Grande do Sul servindo de cortina numa janela, o que lhe causou muita indignação. Isso era um reflexo causado pelo modismo americano que os jovens dos países ocidentais buscavam copiar e pela ditadura Vargas que havia proibido mais outros sete estudantes daquele colégio resolveram criar um Departamento de manifestações e práticas regionais. Assim, Paixão Côrtes e Tradições Gaúchas com a finalidade de preservar, desenvolver e revitalizar as tradições gaúchas que estavam esquecidas. Entusiasmados com a ideia, procuram o Major Darcy Vignolli, responsável pela organização das festividades da “Semana da Pátria” e expressam o desejo do grupo de se associarem aos festejos, propondo a retirada de uma centelha do Fogo Simbólico da Pátria para transformá-la em “Chama Crioula” como símbolo da união indissolúvel do Rio Grande à Pátria Mãe para que a mesma aquecesse o coração de todos os gaúchos e brasileiros até o dia 20 desetembro, data magna estadual. Naquela ocasião, o major Vignolli convidou Paixão Côrtes para montar uma guarda de gaúchos pilchados em honra ao herói farrapo David Canabarro, que seria transladado de Santana do Livramento para Porto Alegre. Paixão Côrtes reuniu então oito gaúchos bem pilchados, e no dia 5 de setembro de 1947 prestaram a homenagem a Canabarro. Esse piquete é hoje conhecido como o Grupo dos Oito ou Piquete da Tradição, que conduziram as bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Sul e do Colégio Estadual Julio de Castilhos. No dia 7 de setembro de 1947, à meia noite e antes de extinguir o “Fogo Simbólico da Pátria” que queimava na pira, retiraram a centelha que originou a primeira “Chama Crioula” que ardeu em um candeeiro crioulo até a meia noite do dia 20 de setembro, quando foi extinta no primeiro baile gaúcho por eles organizado no Teresópolis Tênis Clube.

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Erva-mate:

estimulante e digestiva

Chimarrão na cuia do gaúcho não é tratamento. É quase um vício! Mas, sem saber, brasileiros do Sul podem estar bebendo da fonte da juventude.
“Teoricamente, quem toma erva-mate fica mais jovem. Porque os radicais livres formados no organismo são responsáveis pelo processo de envelhecimento, e esses compostos têm habilidade de seqüestrar esses radicais livres”, explica a agrônoma Deborah Markwicz Bastos, Faculdade de Nutrição da Universidade de São Paulo (USP).
Os índios já usavam a erva-mate como estimulante e digestivo. E faziam muito bem, dizem duas pesquisadoras da Faculdade de Nutrição da USP. Elas confirmaram que o chimarrão é rico em cafeína, estimulante do sistema nervoso, e possui também muitos compostos fenólicos – substâncias antioxidantes, boas para evitar o envelhecimento e controlar o mau colesterol. Além disso, a erva-mate possui saponinas.
“As saponina aumentam a defesa do organismo e, portanto, o mantêm mais preparado para combater as infecções”, diz a agrônoma Deborah.
A sempre-viva é outra planta que o povo botou no armário de remédios. Agora, ela freqüenta também os tubos de ensaio.
“Nós estudamos o potencial antiulcerogênico da planta, ou seja, a capacidade de combater as úlceras gástricas”, explica a pesquisadora de farmacologia Maíra Cola Miranda, a Universidade de Campinas (Unicamp).
Nas mãos de estudantes de mestrado e doutorado da Unicamp, a flor da sempre-viva é seca, pulverizada e misturada com diversos solventes. Transformada em extrato, ela mostra uma de suas maiores riquezas: os flavonóides.
“Os flavonóides têm atividades antiulcerogênica e antiinflamatória e poder de cicatrização das lesões gástricas”, revela a pesquisadora.
Os flavonóides são defesas da planta que podem defender a saúde do homem. A capacidade de curar úlceras rapidamente foi comprovada em cobaias, que desenvolveram úlceras induzidas pelos pesquisadores.
“A cicatrização é de quase 100%”, anuncia a pesquisadora.
Jovens cientistas semeiam suas carreiras com o estudo de plantas medicinais. Eles querem ver o país colher mais medicamentos da natureza.
“Em países desenvolvidos, os laboratórios pagam para ter a pesquisa e a droga. Aqui não acontece isso”, comenta o pesquisador Anderson Luiz Ferreira.
“Em alguns modelos de indução de úlcera, nossas drogas são até melhores que as já consagradas pelo mercado”, ressalta a pesquisadora Fabiana Pimentel.
“Nós temos muitas substâncias na nossa vegetação que não foram descobertas ainda. Se a gente não estudar, as pessoas de fora vão fazer isso”, alerta o pesquisador Victor Barbastefano.
As florestas, o Pantanal e o cerrado brasileiros têm mais de 55 mil espécies de plantas. São 22% de todas as variedades do mundo. Uma riqueza vegetal tão grande que talvez nunca se chegue a conhecê-la por inteiro. Nossa única chance nasce do trabalho de cientistas, pesquisadores e mateiros. Que eles tenham tempo e apoio para fazer germinar todo esse potencial.